Seja bem vindo, "só não se perca ao entrar em meu infinito particular"

12 abril, 2011

Meu Deus, o que está acontecendo com o mundo? Ontem cá estava eu comentando meu 2010 indefinível, e hoje.... é abril.... simples assim.

O tempo passa, o tempo voa

.... na velocidade da luz, né... mas vamos em frente, por enquanto ainda estamos vivos... vou explicar:

Quinta parecia ser um dia normal, acordei, fui sonolenta pro trabalho, estava de mal humor, nem vi “Ana Maria Braga”, liguei o rádio e fui ouvindo legião, nada de notícias do mundo real. Quando entrei na minha sala ouvi assim: “Um louco, como é que sai atirando assim num monte de crianças?”... pois é, estavam falando do massacre da escola em realengo, aqui no rio.

Daqui pra lá não consegui mais me desligar, nem se quisesse, pois era o assunto em todos os canais de comunicação, em todas as redes sociais, em todas as casas. Uma tragédia sem proporção, ouvi no rádio a expressão “estamos vivendo um luto coletivo” achei perfeito. Aquelas famílias estão em luto por suas crianças e nós, estranhos a elas, estamos de luto pela morte do respeito ao próximo do respeito a vida, pela morte da tranqüilidade em deixar nossas crianças na escola, pela morte de uma sociedade do bem.

Onde vamos parar?

A dor dessas mães é tão, mas tão infinita pra mim. Dá tristeza só de pensar em colocar-me no lugar de cada uma delas. Um aperto no peito que não tem tamanho.

Na quinta quando cheguei em casa, deixei a Gabi dormir na minha cama e não consegui levá-la para o quarto dela como faço todas os dias, dormi mal, agarrada a ela a noite inteira. Precisava dela. Precisava protegê-la.

A sexta-feira chegou e a agonia não se foi, continuei buscando notícias, no fundo tinha esperanças de que a qualquer momento alguém falaria que haviam se enganado no número de mortos e que não haviam tantos feridos, que não eram crianças, que eu tinha tido um pesadelo. Foi nessa hora que percebi que eu também participava do tal “luto coletivo”.

No ímpeto de ajudar, fui doar sangue, mas não pude, estava resfriada.....

Terça feira, as notícias vão se espaçando, aos poucos a história vai ficando mais distante pra nós. E pra eles? Pra cada mãe, cada pai, cada irmão, enfim cada família??? Essa é uma história que simplesmente não irá embora ao virar a página do jornal, ao mudar de canal. É uma história que ficará fincada na vida dessas pessoas. Uma história sem porque, sem causa, sem motivo, sem nada.... Um louco que nasceu nada, matou e morreu por nada, e levou TUDO que essas famílias tinham.

Deus que me desculpe a sinceridade, mas não consigo perdoar uma pessoa assim. Não tem doença que me permita isso, não tem loucura que me amoleça. Pra ele não tem nenhum tipo de sentimento. Nada! O corpo continua no IML, por mim pode apodrecer por lá....

Às famílias, meus melhores sentimentos. Independentes de quem vocês sejam....

À Deus um pedido e uma oração para que conforte tantos corações. E que olhe por nós. Pois só a Ele todo o entendimento e sabedoria necessária para compreender uma situação dessas.

Quanto a mim, vou ficando por aqui. Tentando seguir a vida, levando minha filha pra escola e entregando-a a Deus.

Até a próxima!

Um comentário:

RenatEEnha disse...

Amiga, foi terrível mesmo... E tão perto da gente, né? Essas coisas são do tipo que sempre achamos que não vai acontecer e quando acontece que nos damos conta de como somos impotentes, que não podemos fazer nada para trazer essas crianças de volta e que não podemos tirar a dor de quem ficou...